"The one above all" não é Stan Lee


Muito se tem argumentado sobre o deus todo poderoso da marvel ser a personificação do pilar da editora, o roteirista Stan Lee. Com todo respeito ao mestre Stan e sem querer desmerecer seu trabalho, este post visa somente demonstrar quão errada esta noção é.

O argumento é simples, nesta edição (Quarteto Fantástico V1 #10) roteirizada por Stan e ilustrada por Kirby em que há uma quebra de quarta parede, vemos que Stan e Kirby nem mesmo se consideravam deuses ou moldadores da realidade dos quadrinhos:


Acreditar em outra coisa é idolatria, visto que Kirby foi retratado como deus em uma hq homenagem escrita por Mark Waid, e mesmo nela há uma frase poderosa dita por Kirby "É isso que minhas criações fazem... encontram a humanidade em deus" 


É a famosa antropomorfização de deus, ou mesmo o conceito de Nomos de Peter Borges.
Foi uma homenagem de Waid, na visão dele Deus era Stan Lee por toda sua imensa contribuição na história da Marvel Comics, e por ser uma hq com seu roteiro, os personagens compartilhavam da visão dele no momento e não de seu criador. É simplesmente essa hq homenagem que da base para a as fontes oficiais da marvel considera-lo deus.

E mais, se há um momento de quebra da quarta parede em que a criatura reconhece e conhece o criador, então há uma conexão conceitualmente direta da publicação com o nosso mundo. E se há esta relação, o mundinho pequeno das hqs se expande para uma conexão com o nosso, e nosso mundo - apesar da multiplicidade de crenças - tem seus próprios deuses, que existindo são maiores do que os deuses criados pelos homens que por sua vez não são nada mais que criações de Deus. Logo nenhum roteirista pode ser um verdadeiro Deus sendo criatura ... Esse nosso Deus foi representado apenas 2x na Marvel: Em sensational Spiderman v2 # 40 como Jeova e em A.1 # 12 como Allah. Esse TOOA que foi representado em uma hq HOMENAGEM como Kirby e excelsior nem deveria existir não fosse pela fanbase, porque antes de Infinity finale, até onde eu sei, o termo TOAA só existia dentro dela. Ele existindo, e representando os escritores, nunca seria deus a partir do momento que há essa quebra de quarta parede.

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